A história do Sr. Agostinho

Em 21 de outubro de 1943 na Ilha da Madeira/Portugal, nasceu Agostinho Andrade. Aos 10 anos mudou-se para o Brasil com seus pais e escolheram a cidade de Santos/SP para viver.

Viveu na região de morros, um lugar singelo, ia para escola descalço, pois não tinha sapatos. Na adolescência começou a trabalhar com seu pai em um armazém de café. Fruto desse trabalho pôde ajudar na construção da casa dos seus pais, fazia de tudo para os meus avós.

Apaixonado pelo Corinthians, não perdia uma partida. Se casou, teve 2 filhos, Alessandro (Sandro) e Leandro, que carinhosamente chamavam de Léo. Agostinho é o meu PAI!

Logo depois, se separou, eu tinha cerca de 6 anos e ele fez questão de ficar conosco, mas teve que se desdobrar sendo pai e mãe. Um cuidador exemplar, sempre preocupado e amoroso ao estilo português. Sua vida foi dedicada exclusivamente aos filhos.

Na adolescência do meu irmão mais velho, meu pai enfrentou seu primeiro “deserto” com a descoberta de uma doença rara que quase ceifou a vida do meu irmão, mas tudo se resolveu e Sandro voltou para casa. A vida continuou, mas em 2003 passou pelo segundo “deserto”, Sandro faleceu por consequência de um acidente, foi a primeira vez que o vi chorar.

Tinha uma dedicação imensa com familiares e amigos, uma servidão que constrangia. Adorava viver nos mercados procurando os melhores preços e todos que o rodeavam já receberam um telefonema dele dizendo sobre as ofertas e se queria algo.

Em 2022 seu neto Martim nasceu e no dia que ele foi conhecê-lo já chegou dizendo: “Abre uma conta pra ele e transfere R$”, esse era o EU TE AMO para Martim. 

No dia 17/02/2024 o Sr. Agostinho aos 80 anos nos deixou, no dia anterior da sua morte ao visitá-lo no hospital disse a ele: “Eu te amo” e ele respondeu: “EU SEI”, naquele mesmo dia tinhamos colocado algumas orações para ele ouvir e ele levantava as mãos e dizia: “Glória a Deus”, era Deus falando com ele e comigo, respondendo minhas orações que era para não deixá-lo sofrendo. Deus ouviu!

Estou triste por não ter meu pai, que chegava na minha casa falando alto e dando risada, mas estou feliz porque Deus o levou sem sofrimento, creio que ele foi salvo e está com o Senhor.

Obrigado Sr. Agostinho, OBRIGADO PAI por tudo, quero conseguir ser um pai para o Martim como você foi, vai ser difícil, pois igual a você, nunca vi e nunca vou ver!

TE AMO, PAI.