Como o low-code e o no-code estão ajudando o trabalho de desenvolvedores tradicionais
Parece correto afirmar que o ambiente da programação no-code e low-code é dominado por pessoas comuns, muitas vezes com pouca ou nenhuma experiência com códigos. Mas o que está acontecendo no momento é que a aderência de desenvolvedores profissionais às plataformas de programação no-code e low-code tem aumentado consideravelmente. E o que mais chama a atenção nesse momento é a forma com que essas plataformas têm colaborado com o trabalho desses profissionais: num primeiro momento, oferecendo ferramentas com recursos que possibilitam o desenvolvimento e a implantação de aplicações muito mais rapidamente e, num segundo momento, promovendo-os para além de suas funções principais. Os desenvolvedores passaram a ser também facilitadores e mentores para toda uma comunidade interessada em desenvolver aplicações com pouco ou sem conhecimento algum de programação.
Uma pesquisa recente com 860 desenvolvedores da OutSystems descobriu que a maioria dos usuários low-code está "muito satisfeita" com a produtividade de sua equipe (59%), em comparação a 41% dos desenvolvedores tradicionais. A maioria dos low-coders, 57%, também está muito satisfeita com a qualidade das ferramentas à disposição para concluir seu trabalho, em comparação com 36% dos desenvolvedores tradicionais.
Observou-se também que 71% dos usuários low-code cumprem tranquilamente a semana de trabalho típica de 40 horas, em comparação com apenas 44% dos desenvolvedores tradicionais. E a satisfação em relação aos rendimentos percebidos pelos desenvolvedores, 63% dos low-coders indicam que estão satisfeitos com seu salário e benefícios em comparação com 40% dos desenvolvedores tradicionais.
"As soluções de desenvolvimento low-code e no-code têm sido alvos de debates e confusões na comunidade de software", relatam os autores da pesquisa da OutSystems. "Nossa pesquisa sugere que o debate pode ser exagerado, pois é comum que usuários de plataformas low-code também usem linguagens de codificação tradicionais. Na verdade, mais da metade dos usuários de programação low-code (65%) reconheceram que usam pelo menos uma linguagem tradicional como PHP, JavaScript, Python, HTML/CSS e C/C#/C++".
As plataformas low-code e no-code não apenas facilitam as coisas, mas também elevam as funções dos desenvolvedores tradicionais para facilitadores ou verdadeiros educadores. São funções mais estratégicas, eliminando muitas das tarefas diárias relacionadas à implementação, permitindo que estes profissionais se concentrem mais nos negócios.
Mas é claro que as plataformas low-code e no-code não conseguem cumprir suas funções para todas as aplicações de uma forma geral. Em casos mais complexos, essas plataformas não são indicadas. É o que acontece quando se faz necessário processar grandes quantidades de informações, que requerem tratamentos e configurações complexas, ou ainda regras que dependam de outros sistemas. É neste momento que a programação tradicional é necessária.
Desenvolvedores tradicionais já perceberam essas mudanças em suas vidas. Agora é aguardar para ver tudo isso evoluir para níveis inimagináveis.
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