O que tá “rolando” com a Internet 5G no Brasil
A internet 5G no Brasil enfrenta dificuldades no financiamento de pesquisas, além de problemas nas cadeias de suprimento de implementos eletrônicos causadas pela guerra da Ucrânia. A quinta geração ainda está passando por uma normatização, em especial no Brasil, que poderia ter participado mais ativamente na padronização dessa tecnologia.
A telefonia de quinta geração já chegou em algumas capitais, mas a agência reguladora do setor - a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) - ainda não pode atestar a qualidade do serviço prestado, dando margem na prática, para que usuários usem um serviço que não chega ao potencial prometido pelo 5G.
As principais operadoras de telefonia móvel do país deveriam colocar no mínimo uma antena de 5G puro para cada 100 mil habitantes em todas as capitais até o dia 31 de julho deste ano. Mas este prazo foi estendido, pois com mais de 12 milhões de habitantes, por exemplo, a cidade de São Paulo precisaria ter pelo menos 123 antenas de 5G neste ano.
As empresas devem oferecer o chamado 5G standalone (SA) ou o 5G puro. É uma tecnologia que oferece altíssima velocidade e baixa latência (demora entre o envio e o recebimento de uma informação), duas características fundamentais das redes móveis de quinta geração. Segundo a Anatel, por enquanto as empresas oferecem apenas o 5G DSS (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, na sigla em inglês), uma combinação de frequências usadas no 4G que oferece velocidades maiores, mas sem as mesmas qualidades da versão "pura". Há cerca de 60 municípios com essa tecnologia, sendo acessada por quase 2 milhões de usuários.
Muitos aparelhos precisam ter seus chips trocados para usar o 5G puro, como o iPhone. A Apple já avisou a Anatel que seus aparelhos precisam de chips 5G para funcionarem em standalone. No entanto, há falta de chips no mercado. As teles ainda não lançaram planos que operam realmente com o 5G - a única operadora que separou as redes com planos próprios para o 5G standalone foi a TIM.
O prazo para a implementação definitiva de redes públicas de 5G ainda não terminou e enquanto isso, as empresas tentam ultrapassar obstáculos para a instalação da tecnologia. O principal deles é a restrição legislativa em diversas cidades, impedindo a instalação de um grande quantidade de antenas. A lentidão do legislativo, a falta de um corpo técnico para atualizar normas, integrar procedimentos de licenciamento e sistemas, são apenas alguns pontos que justificam as dificuldades de alguns municípios em editar normas regulatórias para simplificar os procedimentos de instalação das antenas de telefonia e internet 5G, bem como a agilidade nos procedimentos de licenciamento local, em especial, os relacionados ao uso e à ocupação do solo e, quando couber, as diretrizes do Plano Diretor.
Praticamente um bairro inteiro se beneficia com o sinal de uma torre com tecnologia 4G. A tecnologia 5G dependeria de pelo menos dez vezes mais dispositivos.Já as ondas do 5G necessitam de dez vezes mais dispositivos, pois possuem ondas mais curtas (quanto mais curta, maior a velocidade).
O Ministério das Comunicações tem articulado bastante, trabalhando junto às prefeituras para que reduzam barreiras sobre a instalação da infraestrutura necessária à tecnologia 5G. Embora sejam necessárias mais antenas instaladas, estas são bem menores que as torres tradicionais de comunicação, o que afeta muito pouco a paisagem das cidades de uma forma geral.
Apesar de todas essas dificuldades, a tecnologia pode agregar ao PIB cerca de US$ 1,2 trilhão até 2035, segundo levantamento feito pela Nokia. Não há dúvidas de que a quinta geração de dados móveis impacta e muito a transformação digital, permitindo o desenvolvimento de novas tecnologias que vão otimizar o setor produtivo e impactar significativamente no crescimento econômico do país.
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